segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Entrevista: Romulo Fróes

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1-Pra começar me conte um pouco de sua história.

R: Romulo Fróes é paulistano, cantor, compositor, tem 38 anos e três discos lançados: Calado(2004), Cão(2006) e No Chão Sem o Chão(2009) e já tá louco pra gravar mais um, porque o que ele gosta mesmo é de fazer são canções e discos.

2 -Como está sendo a receptividade do seu último trabalho, "No chão sem o chão"?

R: Não tenho do que reclamar quanto a receptividade do meu trabalho, desde meu primeiro disco que ele desperta um interesse verdadeiro nas pessoas e eu aprendo muito com tudo o que é dito sobre ele, seja positivo ou não. Acho que mais especificamente nesse terceiro disco, o que ficou mais claro pra todo mundo, foi minha condição de compositor, não só de sambas, mas de música brasileira em todas as suas formas.

3 -Qual sua relação com a Internet? Como avalia os recentes

desdobramentos da guerra entre indústria fonográfica e de quem

baixa/troca músicas através da rede? Você vê algum futuro viável para

essa indústria?

R: Concordo com o que disse Fred 04 do Mundo livre S/A em uma entrevista recentemente, ele se recente do fim de um papel importante que a Indústria Fonográfica desempenhava, que era o de apostar em novos artistas dando um importante respaldo no início da carreira e fazendo com que sua música chegasse a um número maior de pessoas, como aconteceu com o Manguebeat. Acontece que talvez tenha sido justamente com a galera de Recife há mais de uma década, a última vez que isso aconteceu, as grandes gravadoras fecharam suas portas para novas idéias e acho que esse é um dos motivos para seu colapso. Pertenço a uma geração que desde seu início trabalha dessa maneira, é na Internete que hoje se desenvolve o trabalho de um jovem artista, não adianta remar contra a maré e sim aprender a navegar da maneira correta para que um novo mercado se desenvolva. Talvez seja mais difícil agora, mas é certo que a boa música sobrevive e quem tiver um trabalho consistente, mais cedo ou mais tarde será ouvido.

4-Que definição você dá para o seu trabalho? É verdade que no disco,

"No chão sem o chão", você está tentando fugir do esteriótipo de

sambista?

R: Eu sou um fazedor de canções, isto é o que melhor me define. Acho que a facilidade de compor que tenho é o que trago de mais forte e o meu estilo é música popular brasileira com toda sua riqueza de ritmos e estilos musicais, inclusive e especialmente, o Samba. Fujo do rótulo de sambista, nunca do Samba, não vejo este novo disco como uma mudança de estilo, vejo como a afirmação da minha personalidade artística que é a de se reinventar a cada tabalho lançado e quem gosta da minha música já entendeu isso. Outra coisa é meu comprometimento com a história da música popular brasileira, não quero passar por ela apenas como alguém que fez belas canções, quero mexer com a sua rica tradição, encontrar novos rumos para ela e ainda que nunca os encontre, é isto o que me move.

5-Como você vê essa nova geração de músicos, como Mariana Aydar, Wado, Andreia Dias e Curumin? Você se encaixa nessa "turma"?

R: Acho que estamos vivendo um novo momento na música brasileira ainda cedo pra identificar, dos mais brilhantes em sua história e se ainda não a transformou, já trouxe contribuições especialmente no aspecto sonoro e já está influenciando o trabalho de muita gente, até mesmo de artistas consagrados como Caetano Veloso, que em seus dois últimos discos experimentou um som diferente dos muitos que já havia experimentado em sua carreira. Os nomes que cita em sua pergunta e outros, muitos mais, que surgem neste começo de século, definitivamente são minha turma e tenho muito orgulho dela.

6-Pra terminar, muito obrigado pela entrevista e quais são os planos

de Romulo Fróes daqui pra frente?

R: Apesar de ainda não vislumbrar o dia em que isso vá acontecer, viver da minha música e apenas dela, é um objectivo de vida para mim. Mas tudo isso é um processo pelo qual a música está passando nesses primeiros anos do século XXI. Primeiro nos libertamos da indústria, ou pelo menos de sua condição, depois de conquistada a liberdade de gravarmos nossos discos não demorou muito a surgirem trabalhos de extrema relevância, de novos artistas que já contam com discografias, na minha opinião, brilhantes. Acho que daqui pra frente é preciso organizar o meio de música, ampliar o mercado de trabalho, inventar novos jeitos de abordar e conquistar o novo público que se forma.

http://www.myspace.com/romulofroes



Ps.
Bom pessoal, por ora vou ficar devendo o post sobre as cantoras da nova safra da música brasileira. Por enquanto vou reproduzir uma entrevista com Romulo Fróes.

Um comentário:

  1. Não fui na C&A. Aqui em Caxias essa loja chegou a pouco tempo. Perto da Renner é meio carinha. Tô anciosa pela Riachuelo e Americanas. Mas tô falando dessas lojinhas de calçadão mesmo.

    Abraço!

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