terça-feira, 22 de dezembro de 2009

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Entrevista: Marcelo Siqueira - artista, cicloativista e bike repórter

http://farm1.static.flickr.com/201/468052240_e206afe6ba.jpg?v=0Foto by Eduardo Bernhardt

 "Ao encontrar tamanha liberdade, felicidade e sentir na péle todos os benefícios que o uso da bicicleta fazem ao meu corpo e ao meio-ambiente, passei a incentivar o uso da bicicleta como meio-de-transporte. Por isso, me considero um Cicloativista. Como artista plástico, resolvi usar o graffiti como forma de expressão pra divulgar a existência de ciclistas em São Paulo"

FM - Quando você começou a se interessar por bicicletas?

Marcelo Siqueira - Comecei a pedalar aos 6 anos, mas durante a infância e adolescência só usava a bike pra passear no Ibirapuera, ou na USP. Depois passei a ir pra escola de bicicleta, mas minha bike não tinha nem marcha. Em 1994 fiquei sabendo dos Night Bikers, por causa de um amigo de escola, que era guia do passeio, junto com a Renata Falzoni. Ao mesmo tempo, um vizinho me contou da existência de um outro passeio, que saia às quintas feiras. Certa noite resolvi me aventurar e fui com esse vizinho no passeio dos Night Bikers. A partir daí comecei a ver o uso da bicicleta com outros olhos.

FM - O que mudou a partir daí?

MS - Os passeios me ajudavam a criar segurança pra pedalar pelas ruas da cidade e ai comecei, aos poucos, a substituir o uso de outros meios-de-transporte - carro e ônibus - pela bicicleta. Descansar da mesmice do cotidiano, pedalando à noite, serviu para ajudar a construir minha noção de liberdade. Ficar preso dentro do carro, pegar congestionamento, pagar IPVA, seguro, depender de estacionamento, ou ter que esperar mais de uma hora pra pegar um ônibus lotado, são coisas que não fazem mais parte da minha vida. Além de me ajudar a emagrecer - eu era bem gordinho quando tinha 15 anos - os passeios no Night Bikers, e com outros grupos que pedalam à noite, serviram pra me dar coragem pra pedalar em outros horários, no meio dos carros e do caos urbano.

FM - Você, então, começou a se preocupar mais com a qualidade de sua bike?

MS - Em 1997, montei minha primeira boa bicicleta que durou ate o ano passado. Não é todo mundo que pode ter uma Ferrari, mas qualquer pessoa pode comprar uma boa bicicleta. A partir do momento que meu modal de transporte passou a ser uma opção de qualidade de vida, resolvi investir mais na minha segurança, conforto e nos acessórios de minha bicicleta.

FM - O que é a "Bicicletada"?

MS - Para mostrar que as bicicletas estão cada vez mais presentes na cidade e vieram pra ficar, um grupo, denominado "Bicicletada", se reúne toda última sexta-feira do mês para reivindicar a bicicleta como meio-de-transporte, disseminar alegria e ajudar a humanizar o trânsito. Devolver o espaço público, ocupado pelos automóveis, é uma das minhas lutas e da "Bicicletada". As ruas foram feitas pras pessoas se locomoverem. Os carros são as celulas cancerígenas que estão estagnando as cidades. Causam enormes prejuízos para o meio-ambiente, geram, cada vez mais, congestionamentos, e incentivam o ócio, a preguiça e o isolamento. Espero que um dia as pessoas possam fazer um uso mais consciente do carro.
















FM - Que dificuldades você encontra no seu dia-a-dia para pedalar na maior cidade da América Latina?

MS - O que me mantêm vivo é a Fé. Minha religião é a lei de Murphy: "todos os objetos a sua volta tendem a ir na sua direção". Então acredito que devo pedalar como se eu fosse invisível, sempre. E se o cara me ver, a tendência é ele me atropelar de propósito. Pedalo como se eu nunca tivesse a preferência. Mas sempre dou preferência para os pedestres. Procuro ser cordial com motoristas tentando sair da garagem. Seguro o trânsito com minha bike pros pedestres atravessarem a rua aonde não houver semáforo, preferencialmente na faixa de pedestres. Com motoristas de ônibus o lance é tratá-lo com o lado humano da coisa. Dar um boa noite, perguntar do trânsito ou falar que "tá frio né?", servem de pretexto pra que lá na frente o motorista te veja e te respeite. Você passa a ser uma pessoa e não apenas uma bicicleta.

FM- É  aconselhável pedalar na calçada?

MS - O maior perigo de pedalar na calçada é ser acertado por um carro que está saindo da garagem. Por isso, mesmo quando vou levar alguma criança pra passear de bicicleta, pedalamos pela rua, utilizando o lado direito da via e mantendo uma certa distância dos carros estacionados, pois outro perigo se dá quando alguém abre a porta abruptamente.

FM - De que forma os cicloativistas podem contribuir para aumentar o número de ciclistas, sem o apoio da mídia e do Estado - lembrando que as montadoras estimulam ao máximo o consumo de carros, com diversas propagandas vinculadas na mídia, e os governos cortam impostos da indústria automobilística.

MS - Sinalizar a cidade, com graffiti no asfalto, indicando a ciclofaixa, tanto dentro de parques, como nas ruas, além de placas que indicam a presença de ciclistas nas ruas, é na minha opinião a melhor maneira de chamar atenção para a causa da bicicleta. A CET não quer bikes nas ruas, apenas dentro de parques, por isso o papel dos cicloativistas para convencer mais gente a pedalar é esse do graffiti e também o serviço de anjos da guarda, que consiste na ação de um ciclista experiente acompanhar no trânsito o trajeto de um ciclista novato.














Link´s interessantes:
http://www.bicicletada.org/tiki-index.php
http://www.nightbikers.com/

Cicloativismo

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Pública

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Criada em 2001, a banda gaúcha Pública surgiu como uma banda autoral, influenciada por bandas britânicas dos anos 90, como Oasis, Supergrass e The Verve. Em 2009 a banda lança o disco, "Como num Filme sem um Fim", e a repercussão é imediata. Além de ter matéria positivas no jornal "Zero Hora" e na revista "Rolling Stones", a banda ganha um prêmio no VMB 2009, na categoria Rock Alternativo. Eu acho que além de listar boas referências musicais, que de alguma forma fazem parte da música do grupo, a Pública atingiu uma identidade inegável, embora eu ache que há uma semelhança no timbre da voz de Pedro Metz e de Wander Wildner. O que, pra mim, é um baita elogio, porque adoro esse rockeiro brega cool. A Pública parece não ser mais uma na leva de bandas gaúchas e sim uma banda com potencial para ser uma das mais importantes e que tem tudo pra seguir forte na estrada.

http://www.myspace.com/publicarock

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Entrevista: Romulo Fróes

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1-Pra começar me conte um pouco de sua história.

R: Romulo Fróes é paulistano, cantor, compositor, tem 38 anos e três discos lançados: Calado(2004), Cão(2006) e No Chão Sem o Chão(2009) e já tá louco pra gravar mais um, porque o que ele gosta mesmo é de fazer são canções e discos.

2 -Como está sendo a receptividade do seu último trabalho, "No chão sem o chão"?

R: Não tenho do que reclamar quanto a receptividade do meu trabalho, desde meu primeiro disco que ele desperta um interesse verdadeiro nas pessoas e eu aprendo muito com tudo o que é dito sobre ele, seja positivo ou não. Acho que mais especificamente nesse terceiro disco, o que ficou mais claro pra todo mundo, foi minha condição de compositor, não só de sambas, mas de música brasileira em todas as suas formas.

3 -Qual sua relação com a Internet? Como avalia os recentes

desdobramentos da guerra entre indústria fonográfica e de quem

baixa/troca músicas através da rede? Você vê algum futuro viável para

essa indústria?

R: Concordo com o que disse Fred 04 do Mundo livre S/A em uma entrevista recentemente, ele se recente do fim de um papel importante que a Indústria Fonográfica desempenhava, que era o de apostar em novos artistas dando um importante respaldo no início da carreira e fazendo com que sua música chegasse a um número maior de pessoas, como aconteceu com o Manguebeat. Acontece que talvez tenha sido justamente com a galera de Recife há mais de uma década, a última vez que isso aconteceu, as grandes gravadoras fecharam suas portas para novas idéias e acho que esse é um dos motivos para seu colapso. Pertenço a uma geração que desde seu início trabalha dessa maneira, é na Internete que hoje se desenvolve o trabalho de um jovem artista, não adianta remar contra a maré e sim aprender a navegar da maneira correta para que um novo mercado se desenvolva. Talvez seja mais difícil agora, mas é certo que a boa música sobrevive e quem tiver um trabalho consistente, mais cedo ou mais tarde será ouvido.

4-Que definição você dá para o seu trabalho? É verdade que no disco,

"No chão sem o chão", você está tentando fugir do esteriótipo de

sambista?

R: Eu sou um fazedor de canções, isto é o que melhor me define. Acho que a facilidade de compor que tenho é o que trago de mais forte e o meu estilo é música popular brasileira com toda sua riqueza de ritmos e estilos musicais, inclusive e especialmente, o Samba. Fujo do rótulo de sambista, nunca do Samba, não vejo este novo disco como uma mudança de estilo, vejo como a afirmação da minha personalidade artística que é a de se reinventar a cada tabalho lançado e quem gosta da minha música já entendeu isso. Outra coisa é meu comprometimento com a história da música popular brasileira, não quero passar por ela apenas como alguém que fez belas canções, quero mexer com a sua rica tradição, encontrar novos rumos para ela e ainda que nunca os encontre, é isto o que me move.

5-Como você vê essa nova geração de músicos, como Mariana Aydar, Wado, Andreia Dias e Curumin? Você se encaixa nessa "turma"?

R: Acho que estamos vivendo um novo momento na música brasileira ainda cedo pra identificar, dos mais brilhantes em sua história e se ainda não a transformou, já trouxe contribuições especialmente no aspecto sonoro e já está influenciando o trabalho de muita gente, até mesmo de artistas consagrados como Caetano Veloso, que em seus dois últimos discos experimentou um som diferente dos muitos que já havia experimentado em sua carreira. Os nomes que cita em sua pergunta e outros, muitos mais, que surgem neste começo de século, definitivamente são minha turma e tenho muito orgulho dela.

6-Pra terminar, muito obrigado pela entrevista e quais são os planos

de Romulo Fróes daqui pra frente?

R: Apesar de ainda não vislumbrar o dia em que isso vá acontecer, viver da minha música e apenas dela, é um objectivo de vida para mim. Mas tudo isso é um processo pelo qual a música está passando nesses primeiros anos do século XXI. Primeiro nos libertamos da indústria, ou pelo menos de sua condição, depois de conquistada a liberdade de gravarmos nossos discos não demorou muito a surgirem trabalhos de extrema relevância, de novos artistas que já contam com discografias, na minha opinião, brilhantes. Acho que daqui pra frente é preciso organizar o meio de música, ampliar o mercado de trabalho, inventar novos jeitos de abordar e conquistar o novo público que se forma.

http://www.myspace.com/romulofroes



Ps.
Bom pessoal, por ora vou ficar devendo o post sobre as cantoras da nova safra da música brasileira. Por enquanto vou reproduzir uma entrevista com Romulo Fróes.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Céu

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Maria do Céu Whitaker Poças, a "tal" Céu, 29 anos, lançou o seu segundo disco, "Vagarosa", em meados desse ano. A cantora é, na minha opinião, uma das mais inovadoras e criativas da nova safra de cantoras brasileiras, junto com a Mariana Aydar. A música de Céu transcende as barreiras, quebra paradigmas. Ela é moderna, tem um pé na MPB e ao mesmo tempo abusa dos recursos eletrônicos. Não é uma artista que simplesmente reproduz sambas antigos, ela recria, transforma. Também tem na sua musicalidade algo de África, o afro-beat e a música etíope e também de Jamaica, com forte presença do Dub.
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Segundo informações do Wikipédia, Céu já vendeu 105 mil discos, sendo 100 mil só do primeiro disco, "CéU", produzido por Beto Villares. A família da Céu é bastante envolvida com a música. Seu pai, Edgar Poças, é maestro e compositor brasileiro, criador dos arranjos do grupo Balão Mágico, e seu irmão, Diogo Poças, é cantor e compositor.
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A banda de Céu é:
Lucas Martins - Bass and Guitar
Bruno Buarque - Drums and Percussion
DJ Marco - Decks
Guilherme Ribeiro - Keyboards

Sábado: Marcela Bellas
Domingo: Roberta Sá
Segunda: Giana Viscardi


http://www.myspace.com/ceumusic