terça-feira, 28 de abril de 2009

Revolução Medullar

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Porra, eu cansei de bandas que não têm essência, onde o importante é unicamente o visual. Rock não é isso! Pelo menos para mim. Sinto a poesia e atitude evaporar pelo ar. Qualquer imbecil filho de reacionário igualmente imbecil, hoje, faz uma tatoo de mil reais, coloca uns piercings, alargadores e de um dia pra outro torna-se um minirockstar. Às vezes dá vontade de virar pagodeiro só pra transgredir a ordem atual. Acontece que tá no sangue e não é coisa que eu vá largar quando velho. Rock and roll não é você simplesmente tocar o ritmo, não é porque neguinho curtiu o som e quer entrar no "bate-cabeça" ou se vestir que nem o novo ícone da música indie. Balela. É muito mais que isso. É sempre criticar, ter mente aberta, filosofar, amar.
Medulla é isso. Não é bom ouvir e dizer que parece com não sei que banda. Medulla é Medulla e ponto final. E esse ponto final significa dizer que é muito boa. Do caralho.
Relativamente nova, a banda têm dois vocais - os gêmeos Keops e Raony, crânios do grupo - que dão um força melódica incrível pro som deles, que, diga-se de passagem, é bastante energético. As letras tonificam a música do sexteto - além dos gêmeos, completam a formação D.D, Alan Lopes, Daniel Martins e Rodrigo da Silva - como em Prematuro parto fórceps "Tira roupa do varal que vem lavar sua culpa /Seu cinzeiro cheio de memória curta/Assistir o filme do spielberg roendo as unhas/Vende seus conselhos por auto-falante/toc.toc.toque de recolher/Elefantes num tsunami/Pra transformar o horizonte/E desdobrar o origami"
Medulla representa novidade, poesia em forma de canto, oxigênio na música brasileira. Se toda essa força passar despercebida a única coisa é afirmar, meus pesames.
http://www.myspace.com/medullarock

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Proteja o meio-ambiente e transgrida a "mentalidade motorizada", pra qualquer lugar: VÁ DE BIKE!

domingo, 26 de abril de 2009

Romulo Fróes



Na página de Romulo Fróes no My space, figuram entre seus amigos uma miscelânia de figuras carimbadas e apostas certeiras da música popular brasileira. Esse caldeirão sonoro representa um pouco a essência de Fróes. Entretanto, ele é bem mais que isso.
Lançando o trabalho, "No chão sem o chão", Fróes tenta se livrar da pecha de "sambista". Os discos anteriores dele, "Calado" (2004) e "Cão" (2006), tinham uma atmosfera de samba velha guarda, principalmente o primeiro. Energético e rockeiro, o novo disco é um divisor de águas na carreira de Fróes. Músicas como "Anjo" e "Minha casa", demonstram com perfeição a atual fase do artista. O velho samba, porém, não fica pra trás em canções como "Manda chamar". "De Adão pra Eva", conta com a participação de Mariana Aydar.
Romulo Fróes, além de unir o novo e o velho, demonstra muito bem a ruptura da linha entre o mainstrem e o underground. Com todo seu acervo na Internet, o músico acredita na força da rede.
Música requintada para fazer sucesso.

www.myspace.com/romulofroes

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Tiê, voz de Tiê

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O nome dela é Tiê - por acaso o nome de um passarinho, lindo, rubro-negro e pequenino - e sua voz sussurrada é marca registrada. Relaxante por natureza, sua doçura sonora acalma qualquer coração em fúria. Não há barreira linguística capaz de impedir uma livre audição de Tiê.
Uma música que gostei - e muito - foi "Te valorizo", não paro de escutar um segundo, a melodia dela continua intensa do começo ao fim - apesar de ser piano e voz -, e sem contar a construção da letra, que é bem bacana.
A agenda da cantora tá cheiassa, ela vai fazer três shows em Nova Yorque, depois cruza o Atlântico e toca em Paris, Londres e Berlim. São Paulo pode vê-la no dia 19 de maio, no SESC Pompeia, e no mês de junho inteiro, no Studio SP.

http://www.myspace.com/tiemusica

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Thiago Pethit

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Thiago Pethit nasceu no Brasil, mas poderia muito bem ter sido na França, Argentina, ou Inglaterra. Pethit é conectado, moderno e vanguardista ao mesmo tempo. A musicalidade do artista remete aos tangos, cabarés românticos, contudo de um modo suave, não-explícito. Puxa o folk essencialmente na voz, no timbre, e na força melódica.
Entretanto, relacioná-lo, somente, aos dois gêneros musicais citados anteriormente é um grande engano. Pethit não se acomoda em apenas recriar ritmos de vanguarda ou seguir a linha retrô, - apesar de, por exemplo, usar um colete clássico como na foto acima - ele também se concentra em músicas menos "cabeça" e mais comerciais, visando, principalmente, o mercado interno. Um destaque é "Em outro lugar", música bonita, pop e em português. Em inglês, "Birdhouse" merece ser ouvida mais de uma vez, o criativo videoclipe também merece ser visto diversas vezes. "Essa canção francesa" conta com a participação de Tiê e sua refinadíssima voz. Música, como sugere o nome, cantada em francês.
Agora é só apertar o play!

http://www.myspace.com/lepethitprince

quarta-feira, 8 de abril de 2009

"Dom Casmurro"

Um dos livros obrigatórios do vestibular é "Dom Casmurro", de Machado de Assis. Nessa época fatídica de "vestiba" eu li o livro - pelo que me lembre - e hoje, quase uma década depois, eu o reli. Confesso que foi difícil. Demorei "a vera" pra terminar minha divina leitura. Eu adoro Machado, mas acho que às vezes ele divaga demais. Mesmo assim ele é o cara - como diria Barack - e tenho muito orgulho dele. Principalmente pelo que ele representa, pela ironia e gosto refinado. As personagens de Assis têm uma onipresença impressionante, eu sinto que conheço várias Capitus por aí, uma infinidade de Escobares e uns tantos Bentinhos. A minha vó Mary foi uma católica atuante - graças a Deus não tão fervorosa como Dona Glória - e lembra-me a mãe de Bentinho e ele até parece um tio meu que vive isolado e não teve ainda o seu livro escrito - por mais que sempre fale que está quase no forno. Na real a demora na leitura de "Dom Casmurro" era por medo de acabar rápido, como nosso medo de morrer cedo e na tentaiva de retardar o inevitável, o fim. Daqui a 10 anos estou lá eu relendo as aventuras machadianas.

Machado de Assis


Uma dica legal é assistir o filme "Dom", história adaptada - um "Dom Casmurro" moderno - da obra de Machado de Assis.

Ficha Técnica
Título Original: Dom
Gênero: Drama
Duração: 91 min.
Lançamento (Brasil): 2003
Direção: Moacyr Góes
Roteiro: Moacyr Góes
Produção: Telmo Maia
Produtora: Diler & Associados
Música: Ary Sperling
Fotografia: Toca Seabra
Direção de arte: Paulo Flaksman
Edição: João Paulo Carvalho
Som: Dinho Ouro Preto e Alvim L.
Elenco: Marcos Palmeira, Maria Fernado Cândido e
Bruno Garcia

http://www.geracaointernet.com/2007/04/simulacao-de-drogas-em-mp3/

Zander - "Em construção"
http://www.myspace.com/zanderblues

quinta-feira, 2 de abril de 2009

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"Que cantora!… O seu canto é doce, negro, suingado e o seu timbre é especial.

Tem corpo de dança para qualquer ritmo e gosta de dançar, toca violão e é percussionista de quase todos os instrumentos de ritmo.

Compositora popular, é minha parceira e membro da Ala de Compositores da E.S.Unidos de Vila Isabel.

Deus te abençoe, Mart’nália"

Palavras do mestre e papai coruja Martinho da Vila

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Martinália e Fafá


Nália de mãe e Marti de pai, Martinália é a cara da música brasileira. Carioca de pai mineiro, a multiinstrumentista foi criada no samba, contudo não se prende a ele. Flerta com a MPB de Ana Carolina - pra mim está mais pra pop chiclete dor de cotovelo do que MPB - e adiciona uma pitada a mais de suingue nos sambas tradicionais.
O destaque dela é a voz, a malícia, a dança. Martinália tem um timbre destacado, grave e ao mesmo suave e agradável.

http://www.youtube.com/watch?v=aA9FfMhUKcI

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ditabranda e meu amigo negacionista

Fiquei chocado um dia, quando um amigo meu - que continua meu amigo e não vou falar quem é - teceu um comentário negacionista. Por mais que tenha sido de modo implícito, aquilo me afetou de uma forma bastante profunda. E eu pensei que só ouvisse asneiras do tipo lá pelo velho continente e por velhos reacionários - como Le Pen. Não considero o meu amigo nazi ou coisa parecida, diz que é de esquerda, contudo nem sei se existe mais essas denominações: direita, esquerda, centro e o raio que o parta.
Se sacarmos só as siglas de alguns partidos, podemos notar a total deturpação dos nomes das agremiações, do que estas fazem realmente. Por exemplo, Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Será que combina social-democracia com neoliberalismo desenfreado? Outro exemplo é o DEM (Democratas), que mudou o nome e tentou esquecer o passado ditatorial, e o PT (Partido dos Trabalhadores), que com a atual política econômica parece não premiar o trabalho e sim a especulação.
Voltando a falar do meu amigo, o que ele talvez não saiba diferenciar, junto com vários "esquerdistas", é o Estado de Israel e os judeus em geral. Esse sintoma de um quase anti-sionismo caminha ao lado das atrocidades recentes de Israel. A cegueira tomou conta dos desavisados, aproximou-os dos piores reacionários da face da Terra. O que me espanta é a raiva muitas vezes não contida e que me faz lembrar - e agradecer - os amigos judeus - não ortodoxos, diga-se de passagem - que cultivo. Não posso esquecer que talvez eu possa ser descendente de algum judeu sefardita - judeus da peninsula ibérica, expulsos da Europa pela inquisição - e esse fator só me faz aceitar cada vez mais a pluralidade cultural e étnica.
Pluralidade é algo que não estava em cogitação nos tempos de chumbo da Ditadura militar. Naqueles anos nefastos, os "milicos" censuravam os jornais, prendiam dissidentes, matavam, torturavam e trucidavam quem não concordava com a ruptura democrática. Anos depois, em um editorial, o jornal Folha de São Paulo disse que a Ditadura era na verdade uma Ditabranda - Ou seja, que foi algo sossegado, só foi uma "marolinha" assassina. Seguiu-se protestos de vários leitores, de intelectuais importantes e a discussão em torno do tema acalorou-se. Respondendo aos intelectuais, o veículo, em suma, quis dizer que quem apóia as ditaduras de esquerda não pode falar das de direita. Mas quem não apóia nenhuma, apóia a Democracia??? Imagina se o jornal - em vez de meu amigo - dissesse que não existiu o Holocausto????




Em memória de Vladimir Herzog - judeu, jornalista e humanista - brutalmente assassinado pela cega visão de mundo.




Ouvindo a cantora israelense Noa, We
http://www.youtube.com/watch?v=Jx4wdXBhU_E&feature=related