terça-feira, 22 de dezembro de 2009

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Entrevista: Marcelo Siqueira - artista, cicloativista e bike repórter

http://farm1.static.flickr.com/201/468052240_e206afe6ba.jpg?v=0Foto by Eduardo Bernhardt

 "Ao encontrar tamanha liberdade, felicidade e sentir na péle todos os benefícios que o uso da bicicleta fazem ao meu corpo e ao meio-ambiente, passei a incentivar o uso da bicicleta como meio-de-transporte. Por isso, me considero um Cicloativista. Como artista plástico, resolvi usar o graffiti como forma de expressão pra divulgar a existência de ciclistas em São Paulo"

FM - Quando você começou a se interessar por bicicletas?

Marcelo Siqueira - Comecei a pedalar aos 6 anos, mas durante a infância e adolescência só usava a bike pra passear no Ibirapuera, ou na USP. Depois passei a ir pra escola de bicicleta, mas minha bike não tinha nem marcha. Em 1994 fiquei sabendo dos Night Bikers, por causa de um amigo de escola, que era guia do passeio, junto com a Renata Falzoni. Ao mesmo tempo, um vizinho me contou da existência de um outro passeio, que saia às quintas feiras. Certa noite resolvi me aventurar e fui com esse vizinho no passeio dos Night Bikers. A partir daí comecei a ver o uso da bicicleta com outros olhos.

FM - O que mudou a partir daí?

MS - Os passeios me ajudavam a criar segurança pra pedalar pelas ruas da cidade e ai comecei, aos poucos, a substituir o uso de outros meios-de-transporte - carro e ônibus - pela bicicleta. Descansar da mesmice do cotidiano, pedalando à noite, serviu para ajudar a construir minha noção de liberdade. Ficar preso dentro do carro, pegar congestionamento, pagar IPVA, seguro, depender de estacionamento, ou ter que esperar mais de uma hora pra pegar um ônibus lotado, são coisas que não fazem mais parte da minha vida. Além de me ajudar a emagrecer - eu era bem gordinho quando tinha 15 anos - os passeios no Night Bikers, e com outros grupos que pedalam à noite, serviram pra me dar coragem pra pedalar em outros horários, no meio dos carros e do caos urbano.

FM - Você, então, começou a se preocupar mais com a qualidade de sua bike?

MS - Em 1997, montei minha primeira boa bicicleta que durou ate o ano passado. Não é todo mundo que pode ter uma Ferrari, mas qualquer pessoa pode comprar uma boa bicicleta. A partir do momento que meu modal de transporte passou a ser uma opção de qualidade de vida, resolvi investir mais na minha segurança, conforto e nos acessórios de minha bicicleta.

FM - O que é a "Bicicletada"?

MS - Para mostrar que as bicicletas estão cada vez mais presentes na cidade e vieram pra ficar, um grupo, denominado "Bicicletada", se reúne toda última sexta-feira do mês para reivindicar a bicicleta como meio-de-transporte, disseminar alegria e ajudar a humanizar o trânsito. Devolver o espaço público, ocupado pelos automóveis, é uma das minhas lutas e da "Bicicletada". As ruas foram feitas pras pessoas se locomoverem. Os carros são as celulas cancerígenas que estão estagnando as cidades. Causam enormes prejuízos para o meio-ambiente, geram, cada vez mais, congestionamentos, e incentivam o ócio, a preguiça e o isolamento. Espero que um dia as pessoas possam fazer um uso mais consciente do carro.
















FM - Que dificuldades você encontra no seu dia-a-dia para pedalar na maior cidade da América Latina?

MS - O que me mantêm vivo é a Fé. Minha religião é a lei de Murphy: "todos os objetos a sua volta tendem a ir na sua direção". Então acredito que devo pedalar como se eu fosse invisível, sempre. E se o cara me ver, a tendência é ele me atropelar de propósito. Pedalo como se eu nunca tivesse a preferência. Mas sempre dou preferência para os pedestres. Procuro ser cordial com motoristas tentando sair da garagem. Seguro o trânsito com minha bike pros pedestres atravessarem a rua aonde não houver semáforo, preferencialmente na faixa de pedestres. Com motoristas de ônibus o lance é tratá-lo com o lado humano da coisa. Dar um boa noite, perguntar do trânsito ou falar que "tá frio né?", servem de pretexto pra que lá na frente o motorista te veja e te respeite. Você passa a ser uma pessoa e não apenas uma bicicleta.

FM- É  aconselhável pedalar na calçada?

MS - O maior perigo de pedalar na calçada é ser acertado por um carro que está saindo da garagem. Por isso, mesmo quando vou levar alguma criança pra passear de bicicleta, pedalamos pela rua, utilizando o lado direito da via e mantendo uma certa distância dos carros estacionados, pois outro perigo se dá quando alguém abre a porta abruptamente.

FM - De que forma os cicloativistas podem contribuir para aumentar o número de ciclistas, sem o apoio da mídia e do Estado - lembrando que as montadoras estimulam ao máximo o consumo de carros, com diversas propagandas vinculadas na mídia, e os governos cortam impostos da indústria automobilística.

MS - Sinalizar a cidade, com graffiti no asfalto, indicando a ciclofaixa, tanto dentro de parques, como nas ruas, além de placas que indicam a presença de ciclistas nas ruas, é na minha opinião a melhor maneira de chamar atenção para a causa da bicicleta. A CET não quer bikes nas ruas, apenas dentro de parques, por isso o papel dos cicloativistas para convencer mais gente a pedalar é esse do graffiti e também o serviço de anjos da guarda, que consiste na ação de um ciclista experiente acompanhar no trânsito o trajeto de um ciclista novato.














Link´s interessantes:
http://www.bicicletada.org/tiki-index.php
http://www.nightbikers.com/

Cicloativismo

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Pública

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Criada em 2001, a banda gaúcha Pública surgiu como uma banda autoral, influenciada por bandas britânicas dos anos 90, como Oasis, Supergrass e The Verve. Em 2009 a banda lança o disco, "Como num Filme sem um Fim", e a repercussão é imediata. Além de ter matéria positivas no jornal "Zero Hora" e na revista "Rolling Stones", a banda ganha um prêmio no VMB 2009, na categoria Rock Alternativo. Eu acho que além de listar boas referências musicais, que de alguma forma fazem parte da música do grupo, a Pública atingiu uma identidade inegável, embora eu ache que há uma semelhança no timbre da voz de Pedro Metz e de Wander Wildner. O que, pra mim, é um baita elogio, porque adoro esse rockeiro brega cool. A Pública parece não ser mais uma na leva de bandas gaúchas e sim uma banda com potencial para ser uma das mais importantes e que tem tudo pra seguir forte na estrada.

http://www.myspace.com/publicarock

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Entrevista: Romulo Fróes

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1-Pra começar me conte um pouco de sua história.

R: Romulo Fróes é paulistano, cantor, compositor, tem 38 anos e três discos lançados: Calado(2004), Cão(2006) e No Chão Sem o Chão(2009) e já tá louco pra gravar mais um, porque o que ele gosta mesmo é de fazer são canções e discos.

2 -Como está sendo a receptividade do seu último trabalho, "No chão sem o chão"?

R: Não tenho do que reclamar quanto a receptividade do meu trabalho, desde meu primeiro disco que ele desperta um interesse verdadeiro nas pessoas e eu aprendo muito com tudo o que é dito sobre ele, seja positivo ou não. Acho que mais especificamente nesse terceiro disco, o que ficou mais claro pra todo mundo, foi minha condição de compositor, não só de sambas, mas de música brasileira em todas as suas formas.

3 -Qual sua relação com a Internet? Como avalia os recentes

desdobramentos da guerra entre indústria fonográfica e de quem

baixa/troca músicas através da rede? Você vê algum futuro viável para

essa indústria?

R: Concordo com o que disse Fred 04 do Mundo livre S/A em uma entrevista recentemente, ele se recente do fim de um papel importante que a Indústria Fonográfica desempenhava, que era o de apostar em novos artistas dando um importante respaldo no início da carreira e fazendo com que sua música chegasse a um número maior de pessoas, como aconteceu com o Manguebeat. Acontece que talvez tenha sido justamente com a galera de Recife há mais de uma década, a última vez que isso aconteceu, as grandes gravadoras fecharam suas portas para novas idéias e acho que esse é um dos motivos para seu colapso. Pertenço a uma geração que desde seu início trabalha dessa maneira, é na Internete que hoje se desenvolve o trabalho de um jovem artista, não adianta remar contra a maré e sim aprender a navegar da maneira correta para que um novo mercado se desenvolva. Talvez seja mais difícil agora, mas é certo que a boa música sobrevive e quem tiver um trabalho consistente, mais cedo ou mais tarde será ouvido.

4-Que definição você dá para o seu trabalho? É verdade que no disco,

"No chão sem o chão", você está tentando fugir do esteriótipo de

sambista?

R: Eu sou um fazedor de canções, isto é o que melhor me define. Acho que a facilidade de compor que tenho é o que trago de mais forte e o meu estilo é música popular brasileira com toda sua riqueza de ritmos e estilos musicais, inclusive e especialmente, o Samba. Fujo do rótulo de sambista, nunca do Samba, não vejo este novo disco como uma mudança de estilo, vejo como a afirmação da minha personalidade artística que é a de se reinventar a cada tabalho lançado e quem gosta da minha música já entendeu isso. Outra coisa é meu comprometimento com a história da música popular brasileira, não quero passar por ela apenas como alguém que fez belas canções, quero mexer com a sua rica tradição, encontrar novos rumos para ela e ainda que nunca os encontre, é isto o que me move.

5-Como você vê essa nova geração de músicos, como Mariana Aydar, Wado, Andreia Dias e Curumin? Você se encaixa nessa "turma"?

R: Acho que estamos vivendo um novo momento na música brasileira ainda cedo pra identificar, dos mais brilhantes em sua história e se ainda não a transformou, já trouxe contribuições especialmente no aspecto sonoro e já está influenciando o trabalho de muita gente, até mesmo de artistas consagrados como Caetano Veloso, que em seus dois últimos discos experimentou um som diferente dos muitos que já havia experimentado em sua carreira. Os nomes que cita em sua pergunta e outros, muitos mais, que surgem neste começo de século, definitivamente são minha turma e tenho muito orgulho dela.

6-Pra terminar, muito obrigado pela entrevista e quais são os planos

de Romulo Fróes daqui pra frente?

R: Apesar de ainda não vislumbrar o dia em que isso vá acontecer, viver da minha música e apenas dela, é um objectivo de vida para mim. Mas tudo isso é um processo pelo qual a música está passando nesses primeiros anos do século XXI. Primeiro nos libertamos da indústria, ou pelo menos de sua condição, depois de conquistada a liberdade de gravarmos nossos discos não demorou muito a surgirem trabalhos de extrema relevância, de novos artistas que já contam com discografias, na minha opinião, brilhantes. Acho que daqui pra frente é preciso organizar o meio de música, ampliar o mercado de trabalho, inventar novos jeitos de abordar e conquistar o novo público que se forma.

http://www.myspace.com/romulofroes



Ps.
Bom pessoal, por ora vou ficar devendo o post sobre as cantoras da nova safra da música brasileira. Por enquanto vou reproduzir uma entrevista com Romulo Fróes.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Céu

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Maria do Céu Whitaker Poças, a "tal" Céu, 29 anos, lançou o seu segundo disco, "Vagarosa", em meados desse ano. A cantora é, na minha opinião, uma das mais inovadoras e criativas da nova safra de cantoras brasileiras, junto com a Mariana Aydar. A música de Céu transcende as barreiras, quebra paradigmas. Ela é moderna, tem um pé na MPB e ao mesmo tempo abusa dos recursos eletrônicos. Não é uma artista que simplesmente reproduz sambas antigos, ela recria, transforma. Também tem na sua musicalidade algo de África, o afro-beat e a música etíope e também de Jamaica, com forte presença do Dub.
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Segundo informações do Wikipédia, Céu já vendeu 105 mil discos, sendo 100 mil só do primeiro disco, "CéU", produzido por Beto Villares. A família da Céu é bastante envolvida com a música. Seu pai, Edgar Poças, é maestro e compositor brasileiro, criador dos arranjos do grupo Balão Mágico, e seu irmão, Diogo Poças, é cantor e compositor.
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A banda de Céu é:
Lucas Martins - Bass and Guitar
Bruno Buarque - Drums and Percussion
DJ Marco - Decks
Guilherme Ribeiro - Keyboards

Sábado: Marcela Bellas
Domingo: Roberta Sá
Segunda: Giana Viscardi


http://www.myspace.com/ceumusic

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Nina Becker

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A cantora balzaquiana Nina Becker nasceu na cidade maravilhosa e, além da música, também adotou o ofício de designer, diretora de arte, cenógrafa e ...ufa... estilista. Nina faz parte da banda Orquestra Imperial, cercada de gente fina da música carioca,como Rodrigo Amarante e, da também atriz, Talma de Freitas. Além disso, Becker interage com músicos do nordeste, como na participação no projeto 3 na Massa, que reúne alguns integrantes da consagradíssima Nação Zumbi. Grandes divas da música brasileira, como Dolores Duran e Elza Soares são referência na melodia da belíssima Nina, assim como Assis Valente, Geraldo Pereira e outros sambistas da Velha-guarda.
http://www.jblog.com.br/media/127/20091007-Nina.JPG
2009 é o ano desta mulher multifacetada trilhar o caminho em direção à construção de sua carreira-solo, deixando uma pouco de lado suas outras ocupações. Confesso que até agora não descobri se ela lançou os dois discos(ou disco-duplo) de estreia, ou se está com as cartas ainda na manga, contudo, do que escutei dela até hoje, tá aprovada.
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A banda de Nina Becker é:
Gabriel Bubu - guitar
Gustavo Benjão - guitar
Marcelo Callado - drums
Nelson Jacobina - guitar
Ricardo Dias Gomes - bass

Sexta: Céu
Sábado: Marcela Bellas

Domingo: Roberta Sá
Segunda: Giana Viscardi

http://www.myspace.com/ninabecker


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Mariana Aydar

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Mariana Aydar, 29 anos, é filha de Mario Manga, integrante do grupo Premê(ex-Premeditando o Breque), e de Bia Aydar, produtora de diversos artistas brasileiros, entre os quais Lulu Santos e Luiz Gonzaga. Caetano, o dinossauro da MPB, se diz: "impressionado com a firmeza, a calma e a originalidade de uma jovem grande cantora dentro da tradição brasileira de cantoras grandes". Amadurecendo com uma rapidez impressionante, Aydar, da safra de novas cantoras da MPB, ou a designação que queiram dar, com certeza figura entre as que estão em destaque.
Mariana está no segundo disco, "Peixes Pássaros Pessoas", produzido por Duani e Kassin. O primeiro disco, que revelou a artista, chama-se "Kavita 1", e também é produzido por Duani, juntamente com BiD.

http://oglobo.globo.com/fotos/2009/07/14/14_MHG_cult_aydar2.jpg
O videoclipe do primeiro single do novo disco, "Palavras não falam", foi gravado em Uyun, ao sul da Bolívia, no maior deserto de Sal do Planeta, o Salar. O deserto é formado por 12 quilômetros quadrados de vulcões, lagos e sal batido. As imagens são incríveis, apenas o vestido estranho, assinado por Pedro Lourenço, é um pouco questionável. Não pra blogueiros de moda, como Flavia Lafer, que nunca devem ter escutado a música de Mariana. Nada que atrapalhe na beleza das cenas.
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A banda de Mariana Aydar é:
Duani - Direção musical, bateria, percussão, cavaco
Julio Fejuca - Baixo, violão de 7, banjo, samplers
Zeca Loureiro - Guitarra, violão de 7, cavaco
Fumaça - Percussão
Lucas Vargas - Teclados, sanfona, escaleta



Próximos shows em SP:
18/11 - Teatro das artes - Shopping Eldorado às 20:00
08/12 - Centro cultural Banco do Brasil às 20:00 - Rua Álvares Penteado, 112. Centro

Cronograma alterado:
Quinta: Nina Becker
Sexta: Céu
Sábado: Marcela Bellas
Domingo: Roberta Sá

http://www.myspace.com/marianaaydar

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Javiera Mena

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Após quase dois meses de ausência estou de volta. Primeiro pra estreiar o novo layout do blog e pra fazer uma semaninha feminina. Até sábado estarei fazendo o especial mulheres na música. Começando com a cantora chilena Javiera Mena.
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Nascida em Santiago, Javiera Mena tem 26 anos e faz um power pop cantado em espanhol. Mena começou sua carreira em 2001, ingressando no circuito do rock independente do Chile - universidades e festivais foram seu primeiros palcos. Entre 2002 e 2005 atuou em diversos grupos chilenos e argentinos, como o duo Prissa, de eletrock.
Em 2006, lançou seu primeiro disco, “Esquemas Juveniles”, que conta com a regravação da clássica “Yo no te pido la luna”, de Daniela Romo. lançado pelo selo Quemasucabeza, causou forte impacto na cena musical do Chile. Com batida pop e pinceladas eletrônicas, ela canta delicadas canções que conquistaram mídia e público mais aberto às novidades.

Cronograma:
Terça: Javiera Mena
Quarta: Mariana Aydar
Quinta: Roberta Sá
Sexta: Céu
Sábado: Lily Allen e Amy Winehouse

http://www.myspace.com/javieramenamusica

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Volver

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Com 6 belos anos de estrada, a banda Volver, certamente, é uma grande promessa do rock brasileiro. Anos-luz à frente de muitas bandas do mercado, a Volver faz um rock maduro, atmosférico e repleto de nuances, com substância, se assim posso dizer. Com o intuito de crescer a banda fixou residência em São Paulo, onde prepara novos saltos. Simples e criativo, o clipe da música "A sorte" é impressionante, com uma história de abdução, através de vinis-ovni´s e fitas K7 voadoras, muito interessante. Mas o destaque maior é a música "Coração Atonal" de Zeca Viana, com certeza uma das música mais bonitas da década.

Volver é:
Bruno Souto-Voz/guitarra
Fernando Barreto-Baixo/vocais
Zeca Viana-Bateria/vocais
Kleber Croccia-Guitarra/vocais

http://www.myspace.com/volverbrasil

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Vivendo do Ócio

http://1.bp.blogspot.com/_x8WzGoRKv2Q/Skl6-ugDdzI/AAAAAAAAAmc/8eiZOI7n_fg/s400/Vivendo+do+%C3%93cio+-+Nem+Sempre+T%C3%A3o+Normal.jpg
Todo mundo merece um pouco de ócio criativo, ao mesmo tempo ninguém merece estar exposto ao trabalho alienante. Entretanto, alguém têm que fazer esse serviço. Pensando nisso, uns moleques de Salvador resolveram tentar a vida de puro rock´n roll baby ao chutar um futuro tecnocrata, engravatado e de cabelos empacotados de gel.
Vivendo do Ócio venceu um concurso de bandas, assim sendo teve a chance de assinar um contrato com a Deckdisc e de quebra recebeu uma indicação no VMB 2009, categoria Aposta MTV. Ótimo pra uma banda com menos de 5 anos de existência.
Da música de Jajá Cardoso(voz/guitarra), Luca Bori(baixo/vocal), Davide Bori(guitarra) e Diego Reis(bateria) há muito de Rolling Stones, Stooges, mas também um pouco de Strokes e Artic Monkeys. Embora eu odeie comparações, às vezes é bom pra visualizar as referências musicais. Do disco "Nem Sempre Tão Normal" o destaque é "Fora, Mônica" e "Meu precioso", com uma letra amorosa-etílica e um estilo garageiro como nessa parte: "(...) roubar o meu Blue Label foi pior que uma punhalada no peito(...)". Rock´n roll, girl!!!

Assista o anticlipe de Fora, Mônica, vote no Aposta MTV e ouça:
http://www.myspace.com/vivendodoocio

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Entrevista: Wado

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Conquistando seu merecido espaço na música brasileira e destruindo conceitos pré-estabelecidos, o músico Wado, via e-mail, concedeu-me uma entrevista sobre os rumos de sua carreira e o novo disco, "Atlântico Negro".

1-Olá Wado, pra começar gostaria de saber um pouco sobre o ínício de sua carreira.

Comecei a compor ainda adolescente, aqui em Maceió, junto com um amigo chamado Glauber Xavier. Alguns anos mais tarde, no dia que me formei em jornalismo, comprei uma passagem de ônibus para o Rio de Janeiro, fui tentar a música e morar com minha namorada na Cidade Maravilhosa. Depois de algum tempo e perrengues, consegui um contrato com a Dubas Música, de Ronaldo Bastos. Fiquei indo e vindo, entre SP/RJ/AL, até que em 2004 fui morar no RJ e lá fiquei por 2 anos e meio. Depois passei um ano em SP e faz três anos que voltei a morar em Maceió. Nesse tempo tenho trabalhado com outras coisas além de música, como produção cultural, de eventos e jornalismo.

2-Quais são as suas expectativas quanto ao novo álbum, "Atlântico Negro"?

Não sei como as pessoas irão receber estes afoxés, apesar do disco ser bastante palatável no meu entender, o afoxé é um gênero um tanto estigmatizado. Espero que as pessoas se divirtam com o disco e me chamem pra tocar em outros estados, esta é minha grande diversão.

3-"Atlântico Negro" têm uma forte presença da cultura afro, dá onde veio isso? Das experiências cotidianas de Maceió, por exemplo, ou da ideia de miscigenação tão presente no Brasil?

Acho que mais do que qualquer coisa, vem da música mesmo. Dos primeiros discos de Moraes Moreira de 79 e 80, dos afoxés de Caetano, da Margareth, do Davi Moraes, do Carlinhos Brown e da Ivete. Me diverti muito estes últimos tempos com esse tipo de informação. Tem também este lado afetivo de lembrar de alguns trios elétricos que eu ia assistir nas periferias de Maceió, essa cultura pegou muito no Nordeste todo.

4-Qual a diferença marcante em relação aos quatros discos anteriores? Algumas críticas elogiaram o tom mais "alegre" e menos melancólico. Qual sua opinião sobre essa visão do seu trabalho?

Acho bom que seja um disco mais feliz. Tenho evitado fazer discos tristes, porque mesmo assim as pessoas enxergam uma melancolia no meu trabalho, que eu acho que deva existir mesmo. Qualquer hora vai sair um disco tristão de samba, eu acho, para dar vazão à umas coisas dessa natureza.

5-Essa pergunta é um pouco clichê, mas é importante. Qual o valor da internet para sua carreira?

A internet viabiliza a maior parte da minha carreira, desde distribuição até a venda de shows. Se não fosse isso estaria alguns degraus abaixo nessa pequena construção.

6-Pra encerrar, gostaria de saber as metas de Wado daqui em diante.

Trabalhar este disco da melhor forma possível, tocar o máximo que puder, ganhar algum dinheiro e continuar compondo e lançando discos. O Fábio Trummer, do Eddie, dizia uma coisa que concordo, algo do tipo, "quando a obra for tamanha será natural que ela se expanda e conquiste seu espaço". Temos de continuar fazendo isso.


Mais informações e para ouvir Wado:
http://www.myspace.com/wwwado

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Resenha: Invasão Pernambucana

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Zeca Viana

Todo músico que se preze sabe que tocar numa insólita e fria quarta-feira, ou num domingo nublado ou chuvoso, é um tanto indigesto. Contudo, subir no palco sempre é sagrado e satisfaz quem toca com amor e por amor à música.
Então na última quarta-feira lá fui eu assistir o show, "A invasão pernambuca", na Livraria da esquina, na Barra Funda. A atração principal era a galera do Nuda, antes tocavam Zeca Viana e Lulina. Confesso que estava frio, mas pra mim nem tanto. Já pros pernambucanos, provavelmente, estava de lascar.
Nessa típica noite paulistana, o já radicado em SP, Zeca Viana, foi o primeiro a subir no palco, apenas ele e o violão. Zeca estava estreiando sua carreira solo-paralelamente o músico segura a bronca na bateria da Volver-e seu elogiado, "Seres invisíveis", apontado como um dos melhores do ano pelo site "Tramavirtual". Apesar de sua experiência musical, o músico demonstrou um certo acanhamento inicial, mas aos poucos foi se soltando. Gostei bastante da música "Tom & Jerry" que o artista faz uma brincadeira em torno de Tom Jobim e Jerry Lewis. Zeca Viana têm tudo pra crescer musicalmente, uma prova disso é a música, "A torneira (Quanto tempo faz?)", bem melodiosa e que faz parte do "bonus track" do álbum.
http://www.spsonica.com/fotos/medias/lulina.jpgLulina
Após Viana, Lulina e sua banda estraçalharam corações com um repertório melodrámatico e ao mesmo tempo feliz, retratado fielmente na "frontwoman" Lulina. Também radicada na babilônica metrópole paulistana, a pernambucana surprendeu com a criativa, "Balada do Paulista", contrastando com a melancólica, "Do you remember Laura". O timbre da garota é semelhante ao de Fernanda Takai, versão nordestina, mas isso não é determinante na melodia. O carisma de Lulina é contagiante, entretanto considero um som de final de tarde ensolarado e solitário.
Após Lulina, a banda Nuda estava pronta pra encerrar a noite. Com um repertório mais rockeiro e ao mesmo tempo com uma pegada MPB, a banda fez a festa dos que restaram no recinto. Mesmo com o público um pouco reduzido, destilou energia e demostrou satisfação ao tocar mais uma vez por São Paulo. Mesclando músicas novas e do EP, "Menos cor, mais quem", a Nuda fez, com certeza absoluta, o som mais barulhento e com maior presença de palco. Cabe ressaltar o diferencial da percussão no som da Nuda, que mexe com a atmosfera da música. Destaque pras novas músicas, "Samba de palheta", e uma música interessantíssima sobre o caminho até uma praia pernambucana chamada Gualhetas. Um show ótimo pra conhecer o que está por vir no próximo álbum. As gravações estão previstas pra começar em breve. Mais resenhas nos próximos posts.
http://www.musicarecife.com/midias.arquivos/Nuda_cha.jpgNuda
Zeca Viana-http://www.myspace.com/zecaviana
Lulina-http://www.myspace.com/lulina
Nuda-http://www.myspace.com/sitionuda

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Macaco Bong

São tempos de falar de Obama, fora Sarney e aquecimento global. Corrupção não merece mais ser falado aqui. Discurso político sim, mas sempre com música na veia. A desilusão é tanta, o modismo da revolta também, por isso às vezes é melhor dar uma respirada e escrever sobre o que importa. Música, música e mais: música. Outros assuntos não serão esquecidos-vide bicicletas, civismo e digressões- , entretanto o foco é a música.

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"O Macaco Bong nasceu em Cuiabá (MT) no ano de 2004 como um quarteto de rock instrumental" Tramavirtual Macaco Bong.
Pela definição já fica fácil saber por que a banda guarda coisas peculiares: já no nome curioso fiquei com vontade de escutar a melodia; é rock instrumental na era de músicas com refrões goma de mascar; está fora do eixo Rio-SP-Brasília-Porto-Alegre. Conterrâneos do Vanguart, o Macaco Bong está trabalhando que nem peão em prol da boa música, além de praticar o "make yourself". Não é à toa que o nome do álbum deles é "Artista igual pedreiro". Além do talento, têm o trabalho envolvido. O resultado é de arrepiar, como num show que fizeram no centro antigo de Recife-você aqui de novo- no meio do povo e na chuva. Detalhe: todo mundo se molhando, inclusive o power trio mais talentoso do centro-oeste. Pra ouvir descendo a serra rumo ao litoral.
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Listening Macaco Bong:
http://www.myspace.com/macacobong

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ana cañas

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Com menos de 30 anos, essa paulistana de cabelos enrolados, com certeza, promete muito. Ana Cañas está na emergência de lançar o segundo albúm "Hein?", com produção de Liminha, participação especial de Arnaldo Antunes e que marca um amadurecimento dela como artista. Ana é uma cantora única, despojada e malucona. Em recente entrevista à Veja, ao ser perguntada sobre o motivo de não utilizar samba no seu repertório como outras novas cantoras, sabiamente respondeu: "Olha, eu não faço isso só para me diferenciar das outras, pensando: "Aqui eu vou me dar bem". Não é esse o meu raciocínio. Essa escolha é uma coisa muito inata, orgânica. Eu também poderia gravar samba. Cartola e o Nelson Cavaquinho são dois caras que eu adoro e admiro, não descarto gravar. Tem samba que é mais rock'n'roll que o próprio rock'n'roll.". Pra contextualizar, Cañas é formada pela ECA-USP e após cantar jazz em bares da noite de São Paulo, como o baretto, lançou-se em carreira solo com o albúm "Amor e caos". Após uma ótima aceitação do primeiro, o segundo já vem em boa hora. E ainda há pessoas que têm a audácia de menosprezar o talento dos artistas desse País-continente. Uma prova de que estão errados é Ana Cañas e suas manhas.

Ouvindo Ana:
http://www.myspace.com/anacanas

sábado, 25 de julho de 2009

Mombojó e Chico Science


Está por fora, sinceramente, quem nunca ouviu falar de Mombojó. Porém, nunca, também, é tarde pra se conhecer essa banda-bingo!-recifense de quase uma década de estrada. Prestes a lançar o álbum "Amigo do tempo"-destaque pra dançante música de nome idêntico- a banda se apresenta hoje em Recife(UK Pub), dia 7 no centro histórico de João Pessoa e dia 20 no Sesc Pompeia. Mombojó é "apenas" uma de várias bandas e artistas que surgiram nos últimos 20 anos em Pernambuco. Apesar dessa fertilidade artística, a indústria fonográfica ainda não olhou de uma maneira mais apurada pra esse "movimento".



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Lógico que o ícone máximo e, quiça, de toda essa geração de músicos Brasil à fora, que buscam mesclar a nossa cultura forte com a modernidade global-estética e sonora-, é Chico Science. Chico nos deixou tão cedo, mas fez coisas fantásticas. É clichê dizer que ele era alguém à frente, um visionário, tudo de bom que se possa imaginar. Entretanto, é real. Na partida dele eu escrevi uma carta pro Folhateen, com 14 anos de idade, e muitos anos depois o cara ainda é inspiração.

Listening Mombojó:
http://www.myspace.com/mombojo

quarta-feira, 8 de julho de 2009

NUDA


Foto: myspace NUDA

Desnuda, nua, nuda. Nuda é uma banda de rock, por mais difícil que seja, hoje em dia, definir o que é rock. Vestimentas escuras, cabelos coloridos e guitarras distorcidas? Nada disso meus caros, porque os esteriótipos desabam dia a dia, pode-se muito bem ouvir Caetano Veloso e continuar sendo do rock. Se deliciar com um T
chaikovski, deixando todos conceitos pra trás. Nuda é isso e um pouco mais, como está escrito no myspace da banda: "A Nuda(...)faz um som bem peculiar, entitulado jungle-tangle-mangle. É a mistura de jazz com bossa-nova, samba, carimbó, baião, rock e experimentações."
Definir a sonoridade da banda, pelo visto, é missão árdua, contudo sem amarras, livre para interpretações pessoais. Qual a sua definição? Não espere, ouça NUDA.

http://www.myspace.com/sitionuda

terça-feira, 30 de junho de 2009

Bellame


















Eu gostaria de começar algo novo por aqui. Vou estreiar com a banda BELLAME a minha primeira entrevista do blog. Em uma conversa via msn, a vocalista Giu me contou os detalhes, planos e ideias dela e da banda.

Pra iniciar a entrevista, quando e como surgiu a banda?
A banda surgiu no começo do ano passado. O Lucas(baterista) veio aqui em casa me mostrar uma música que ele tinha feito, aí eu coloquei letra e melodia em cima e nós gostamos do resultado. A partir daí resolvemos procurar pessoas para formar uma banda.

Qual a proposta da banda, as influências e sua definição pessoal do som da Bellame?
Díficil falar de uma proposta, pois tudo flui muito naturalmente quando estamos fazendo um som. Mas creio que seja levar para as pessoas algo que acreditamos ser verdadeiro, sem barreiras. As influências? Não tem nem como citar, pois gostamos de estilos variados como rock clássico, hardcore, metal, alternativo, rap. Isso me leva à definição do som da banda que, na verdade, para mim não tem. Eu acho que é rock e ponto. Cada música tem sua particularidade e isso pra mim é o mais legal. Temos música mais dançante, mais pesada, mais alternativa.Somos uma mistureba.

O que significa Bellame?
Não tem muito significado na verdade, é o sobrenome de um músico que a gente admira e uma palavra que soa legal. No original é Bellamy, mas mudamos a última letra para "e".

Como você analisa o cenário do rock no Brasil???
Eu às vezes acho que falta um pouco de rock de verdade sabe, existem muitas bandas "fabricadas" hoje em dia, mas como eu não julgo ninguém, vamos falar dos produtores. Creio que o maior problema da cena atual é a falta de organização, vejo muitos eventos sendo cancelados em cima da hora, organizadores dando calote e atrasos constantes. Apesar dos problemas e das bandas que viram "modinha", ainda vemos muita banda boa surgindo por aí, só faltam as oportunidades. As pessoas precisam estar mais abertas à coisas novas, novas propostas e mensagens novas.

O que acha de bandas como Fake Number, Lipstick e Pitty? Há alguma semelhança musical com a Bellame ou apenas são bandas que têm em comum mulheres na formação?
Ah, eu acho que cada uma tem seu estilo, sua pegada. Não vejo semelhança entre elas e nem em relação a Bellame. As pessoas tendem a comparar, pois não estão acostumadas a ver mulher fazendo rock mesmo, sem levar pro pop. Pelo menos é isso que acontece com a Bellame, já não posso falar pelas outras bandas.

Continuando no assunto mulheres, mas agora mudando o foco. Com que olhos a Giu observa cantoras de outros estilos como Céu, Mariana Aydar, Tiê, entre outras?
Eu acho qualquer forma de expressão válida, sou muito eclética. Então tenho que confessar que sou apaixonada pelo som da Céu. Tenho até vontade de montar algum projeto parecido mais pra frente. Quanto às outras, não conheço muito bem o trabalho, então não posso falar muito. Mas outra que eu gosto bastante é a Roberta Sá!

É difícil se relacionar numa banda sendo a única mulher?
Até que não, sabia. Sempre fui mais de andar com homens. Só complica um pouco quando a TPM ataca-risos-, mas dá pra lidar bem.

Quais são as expectativas em relação ao primeiro trabalho de vcs, o EP "verdade seja dita"?
O EP até agora está sendo bem recebido, estamos muito felizes com o resultado. Eu, particularmente, espero que as pessoas prestem atenção nas mensagens das músicas, sintam o que a gente está tentanto passar.

Como está a agenda de shows da Bellame?
Nós temos feito uma média de 2 shows por mês. Por enquanto está bom né? Estamos começando... E no Rio é meio difícil ter eventos possíveis todo final de semana. Tocaremos dia 04 de julho na Ilha do Governador e 11 de julho no Elam, em Jacarépagua.

E no resto do País? São Paulo?
Por enquanto nada, mas estamos correndo atrás disso sim. Esperamos muito em breve fazer shows em outros estados e isso inclui São Paulo, fato.

Giu, obrigado pela entrevista e pra terminar quais são os planos daqui pra frente?

De nada, foi um prazer. Os planos ainda estamos fazendo, mas por enquanto é trabalhar esse EP porque ainda tem muito chão pela frente. Ao mesmo tempo, estamos compondo novas músicas e mais para frente decidiremos que rumo tomar com elas.


Mais informações e para ouvir BELLAME:
http://www.myspace.com/bellamerock

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Aonde isso vai parar???

Rodrigo Lima- não, não é primo do júnior, é vocalista do Dead Fish- têm uma coluna no site Punknet(http://www.punknet.com.br/) e sempre escreve coisas interessantes. Achei um texto dele de 2007, incrivelmente atual, falando sobre algo que me preocupo cada vez mais: a vida urbana caótica de SP e o culto ao carro. Tá na hora de organizar essa bagunça, mas as autoridades estão vendidas à indústria automobilística. Ainda há muito pano pra manga nessa história. À ver.

Video do dia pra relaxar geral é do For Fun - Sol ou chuva. Banda há 9 anos na estrada e que eu não curtia, contudo evoluiu muito nos últimos trabalhos, tanto nas letras, quanto na melodia. A banda do Rio de janeiro adotou os sintetizadores e o reggae sem esquecer do hardcore. Só ouvir e não pensar nesse caos, carros, poluição, eca...

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Bicicretinha?

02/09/2007 | por Rodrigo Lima

Ontem dia quatro de Setembro foi o dia internacional sem carro, mas infelizmente fiquei preso no trânsito à tarde inteira e só consegui terminar e enviar este texto hoje, e olhe que nem tenho um carro próprio só meu, daqueles que a gente financia em 70 vezes amarradão e paga mais de dois no fim.

Outro dia vendo a TV vi uma declaração interessantíssima de um arquiteto mais velho, destes que viram a cidade de São Paulo nos anos 50, toda bonita, cheia de investimentos em cultura e transporte de massa como os bondes, dizer que a coisa mais patética nesta "Carrosperidade" difundida por décadas é ver as pessoas carregando 30 vezes mais o seu peso cidade afora em suas "carroças individuais de metal" parados como um bando de imbecis numa via que supostamente deveria ser expressa e achar isso de um conforto e progresso sem igual.

Já faz uns oito anos que um grande amigo/irmão prova por a+b que a indústria automobilística sempre foi falida e irresponsável, além de poluidora e causadora de guerras. Argumentos aí não faltam para provar que o planeta sofre com a demanda por metais, combustíveis (guerras do Iraque?) e espaço pra "suportar" esta indústria.

Tentando ser o mais racional possível, o que nem sempre é o meu forte vamos a números, por que números é o que interessa meus caros!

São 500 carros por dia licenciados somente na cidade de São Paulo, sem contar a região metropolitana, dando uma média de 11 mil carros novos rodando por mês, sem falar nas motos que não estou contando aqui. O Brasil, não estou falando da região metropolitana de São Paulo, usa mais de 51% do espaço urbano para uso de automóveis e com o aumento da demanda deve, em menos de quatro anos, aumentar para 55%. O número de acidentes com moto, pra dar um exemplo, passou a ser mais de 500 por mês só na cidade de São Paulo, com um número de mortos mais alto do que a "velha estatística" de um motoboy morto por dia. O número de atropelamentos praticamente dobrou em todo o país, isso sem falar que mais de 60% da poluição do ar vem de automóveis particulares e não de ônibus e caminhões. Gasolina, manutenção e seguro, segundo meu companheiro de banda Leandro "nareba" Mozachi, é um valor razoável que pode muito bem ser utilizada para outros fins. O número de mortos nas estradas por mês, no Brasil, são mais ou menos quatro vôos da TAM, ou seja, uma média de 600 vítimas fatais. Sem mencionar as conseqüências do crescimento dos carros nas ruas e na especulação imobiliária que já é outro assunto.Todas as famílias, grupos, gangues e máfias brasileiras já perderam pelo menos um ente em acidente de trânsito, este grande estatístico que vos fala perdeu uma tia e os dois avós em apenas um dia num acidente, isso nos anos 70, depois perdi mais três amigos em acidentes nas ruas da região metropolitana de Vitória. Convenhamos, é uma tragédia grande demais para as pessoas acharem que ter um carro é algo sensacional que vai fazer delas mais bonitas, reconhecidas no trabalho, descoladas, livres e que seus pirus vão crescer mais 10 centímetros com um automóvel novo como dizem as propagandas que vemos todos os dias. O mais trágico é perceber que a coisa não parece mudar, na tv a pessoas estão comemorando o crescimento da economia graças à venda de carros e pior dizerem que isso é irreversível num país próspero como o nosso. Eu pergunto:

Próspero aonde porra?! A consolação fica parada mais da metade do dia! Eu levei 40 minutos do aeroporto de Vitória até a casa da minha mãe no último fim de semana, e são míseros oito kms até lá.

Resta aqui apenas pedir humildemente aos leitores punks de verdade, cheios de atitude e opinião que mudem, pelo menos individualmente seus hábitos, comprem uma bicicleta e passem a usar mais o transporte coletivo das suas cidades. Em São Paulo pegar um ônibus não é tão complicado e nem demora muito, no Rio também. Em Vitória e V. Velha eu sei que demora pra cacete e a qualidade do serviço é mais escrota que em outros lugares, mas a bicicleta esta aí pra isso mesmo. Dentro de cidades pequenas dá pra pedalar quase a cidade inteira na boa. E outra, nem é mais tão cu(l) usar carro. A moda mesmo é ser alternativex e andar de bicicreta. Vocês vão pegar muito mais a mulherada.